terça-feira, 23 de abril de 2019

OMS anuncia primeiro teste em grande escala de vacina contra malária

Vacina tem proteção parcial contra a doença. Três países africanos receberão doses.

Mosquito Anopheles stephensi é vetor da malária. — Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (23) que iniciará 
a  implementação da  primeira  vacina contra a malária.
 A vacina, desenvolvida ao longo de 30 anos, tem proteção parcial contra a doença  em 
crianças pequenas.
O primeiro país a receber doses da vacina será o Malaui. Nas próximas semanas, 
Gana Quênia receberão  doses também.
Segundo comunicado da OMS, a vacina RTS, S é a primeira e, até hoje,  a única vacina que
 mostra um  efeito protetor contra a malária em
 crianças pequenas e entrará para o calendário de vacinação destes países.
Nos testes, além da proteção parcial, a vacina também conseguiu 
reduzir a necessidade de transfusões de sangue  em 29%.
 As transfusões são necessárias contra a anemia severa causada pela  doença.
A eficácia da vacina foi estabelecida em teste anteriores envolvendo mais de 15 mil 
crianças da África.
  Ficou comprovado que crianças que receberam 4 doses da vacina  tiveram um risco  significativamente menor de  desenvolver malária.
Segundo a OMS, a malária mata 435 mil pessoas por ano, a maioria 
delas crianças menores de cinco anos.
“Temos visto ganhos tremendos de mosquiteiros e outras medidas para controlar a 
malária  nos últimos  15 anos,
 mas o progresso estagnou e até reverteu em algumas áreas. Precisamos de novas soluções  
para recuperar  a resposta da   malária, e essa vacina nos 
oferece uma ferramenta  promissora para chegar lá ”, disse o diretor-geral da 
OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"A vacina contra a malária tem o potencial de salvar dezenas de milhares de vidas 
de crianças"
-Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
A doença infecciosa é causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada
 do mosquito  Anopheles. 
Os sintomas podem incluir febre alta, dor de cabeça, tremores e calafrios.
Quem pode tomar a vacina?
Cerca de 360 mil crianças por ano nos três países escolhidos devem  receber as doses da 
vacina.
São necessárias 4 doses, sendo a primeira dose dada após os cinco meses de idade, 
seguida das doses 2 e 3 em intervalos mensais e a quarta dose  perto dos dois anos de
 idade.
Segundo a OMS, os efeitos colaterais conhecidos incluem dor e 
inchaço no local da injeção e febre,  efeitos semelhantes às reações 
de outras vacinas infantis.
Outro efeito relatado foi de convulsões ocasionais em crianças com febre. De acordo com a organização,  as crianças que tiveram convulsões  após a vacinação se recuperaram
 completamente e não houve consequências duradouras.
Países selecionados
A OMS explicou como selecionou os três países para o programa de vacinação contra 
malária.
Em dezembro de 2015, a organização pediu que ministérios africanos da saúde 
interessados 
em colaborar  no  programa de implementação  da vacina se apresentassem.
Dos dez países que se apresentaram, três foram selecionados para o
 programa com base em critérios como desejo de participação e programas de malária e
 imunização que funcionassem bem.
Outros critérios usados foram:
bom controle da malária e de vacinações infantis transmissão de malária de moderada a alta,
apesar da boa implementação de intervenções contra a doença
um número suficiente de crianças pequenas que vivem nas áreas de transmissão da doença 
onde a vacina será introduzida forte pesquisa de
 implementação ou experiência de avaliação no país capacidade de  avaliar os resultados de segurança.
O programa de vacinação nestes países durará até 2022 e pesquisadores avaliarão seus 
resultados para uma possível implementação em  larga escala.
A farmacêutica GSK é a responsável pelo desenvolvimento  e fabricação da vacina e doou 
10 milhões de doses de vacina para  este teste inicial.




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